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Esporte & Guerra

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Foto:  Andrej Isakovic/AFP

O GP do Azerbaijão de F1 acontece nas ruas da capital Baku

e vende uma imagem de luxo e modernidade

Um caso de sportswashing pouco comentado é o do Azerbaijão. O país é uma ex-república soviética localizada na região do Cáucaso entre os continentes europeu e asiático e vem utilizando o esporte de forma sistemática para afastar e/ou contornar críticas que danificam sua imagem perante o restante do mundo.

Desde a dissolução da União Soviética no início da década de 1990, o Azerbaijão é governado pela família Aliyev, acusada de violação de liberdades individuais e perseguição política contra opositores.

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Foto: Alain JOCARD / AFP

Calcula-se que quase metade da população de Nagorno-Karabakh fugiu da área após uma ofensiva do Azerbaijão no ano passado

A disputa territorial da região de Nagorno-Karabakh com a Arménia gerou conflitos armados em meados dos anos de 1990 e 2020. O deslocamento de civis, violações dos direitos humanos e o número expressivo de mortes nos combates atribuíram ao Azerbaijão uma carga negativa internacional.

Visando o fortalecimento do soft power, a higienização de sua reputação e a projeção de sua visão geopolítica sobre Nagorno-Karabakh o governo azerbaijano tem

investido pesado na realização de grandes eventos esportivos, patrocínios a times do primeiro escalão europeu e apoio ao campeonato local de futebol.

O grande prêmio do Azerbaijão de Fórmula 1 é realizado desde 2017 em Baku, capital do país, e atrai os olhares dos aficionados por automobilismo ao redor do mundo, além de promover o turismo local.

Em 2015, a primeira edição dos Jogos Europeus foi sediada pelo Azerbaijão. Na ocasião, 50 países participaram de disputas poliesportivas entre 12 e 28 de junho. O anfitrião terminou a competição no segundo lugar geral, atrás apenas da Rússia.

Em 2014, o Atlético de Madrid, tradicional time espanhol, venceu o campeonato nacional e construiu uma campanha histórica, chegando à final da Liga dos Campeões da Europa. A parte  da frente da camisa dos “colchoneros” estampava os dizeres “Azerbaijan: Land of Fire” (Azerbaijão: Terra do Fogo).

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*O Azerbaijão pleiteou sediar as Olimpíadas de 2016, mas perdeu a vaga para o Brasil.

Linha do tempo fora de escala

Foto: Getty Images

Outro caso notório de sportswashing azerbaijano é o apoio estatal sólido ao Qarabag, time originário da região em disputa com a Arménia, que nos últimos anos vem colecionando sucessos no cenário nacional, e alçando voos nos torneios continentais.

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Henrich Mkhitaryan em ação com a camisa do Arsenal

O episódio envolvendo a final da Europa League de 2019 é sintomático e escancara contradições. Naquele ano, Arsenal e Chelsea disputaram o título em jogo único no Estádio Olímpico de Baku, e o jogador armênio do Arsenal Henrich Mkhitaryan não pôde participar da disputa, uma vez que o governo do Azerbaijão não garantiu sua segurança para desembarcar e trabalhar no país.

2024 por Davi Scatolin & Matheus Kleim. Apresentado como TCC do curso de Jornalismo (FAAC - Unesp)

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