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Do que estamos falando afinal?

Foto: Reuters

Durante entrevista coletiva em 2015, um humorista arremessou notas falsas de dólar sobre o então presidente da FIFA Joseph Blatter, que enfrentava acusações de corrupção 

Com as notáveis investidas do mercado esportivo saudita sobre o futebol europeu nas últimas janelas de transferências de 2022 e 2023, muitos questionamentos foram levantados sobre a real intenção dos grandes magnatas árabes em contratar jogadores do primeiro escalão do futebol mundial para seus clubes. Por qual motivo uma liga esportiva com pouca tradição e relevância internacional passaria, de uma hora para outra, a “atacar” o mercado esportivo mais consolidado do mundo? A resposta, segundo a opinião hegemônica, seria o sportswashing.

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O termo é formado por duas palavras inglesas: sports (esportes) e washing (lavar, higienizar), logo temos em uma tradução direta algo como “lavagem por meio do esporte”. Essa é uma estratégia de marketing político que promete “limpar” a reputação negativa que um Estado possua, utilizando-se do esporte para gerar uma imagem pública mais simpática para determinado país. Em uma ilustração mais palpável, o sportswashing age como uma maquiagem que esconde escândalos de corrupção, crises políticas e violação de direitos humanos atrás da imagem de um campeonato esportivo interessante, jogadores com grande apelo público, etc.

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Se essa estratégia te soa ineficiente ou subjetiva, convidamos você a fazer um breve exercício: pense no Catar. Certamente a primeira imagem que veio à sua mente foi a Copa do Mundo de 2022, e não escândalos de violação de direitos humanos: este é exatamente o intuito do sportswashing.

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Apesar de ter sido pauta de discussões populares apenas nos últimos anos, essa manobra política está longe de ser uma novidade, tendo seu desenvolvimento observado exatamente enquanto os eventos esportivos de proporção global iam surgindo. A pergunta que talvez ecoe ao longo de toda esse trabalho é: em algum momento da história o esporte foi praticado por si só, sem agir, em algum grau, como uma ferramenta de consolidação de interesses?

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Yuri Marcondes, bacharel em geografia pela USP, comenta a respeito dos termos geopolíticos de soft power e hard power, e apresenta um panorama global e uma visão crítica a respeito do sportswashing. Confira o depoimento de Yuri no áudio a seguir:

00:00 / 22:11

Explore conosco alguns casos célebres de sports washing ao longo das últimas décadas.

Jogos Olímpicos

Poder e interesses estão em jogo:

das Olimpíadas nazistas de 1936,

às edições do século XXI

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Saudi Pro League

Os Sheikes sauditas resolveram entrar no mercado do futebol. 

Interesses meramente esportivos?

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Esporte &

Guerra

Um país que tenta jogar conflitos e crises humanitárias em baixo de um tapete chamado "esporte"

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Copa do

Mundo

O maior espetáculo do futebol mundial não é apenas sobre futebol

Contratações de destaque do futebol saudita (2022-2023) (13).png

Premiere 

League

A melhor liga de futebol do mundo: de onde vem a grana do campeonato inglês? 

Contratações de destaque do futebol saudita (2022-2023) (15)_edited.jpg

Contra-

​mão

Alguns atletas que ignoraram as cifras e se recusaram a participar do sports washing

Contratações de destaque do futebol saudita (2022-2023) (17)_edited.jpg

Foto: Getty Images

Foto: Divulgação/Al-Hilal 
Foto: XPB Images
Foto: Shaun Botterill/Getty Images
Foto: Reuters
Foto: Quality Sport Images

2024 por Davi Scatolin & Matheus Kleim. Apresentado como TCC do curso de Jornalismo (FAAC - Unesp)

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