DAVI SCATOLIN & MATHEUS KLEIM
JOGO $UJO
QUANDO ESPORTE, POLÍTICA E ECONOMIA DIVIDEM O CAMPO
1978: ditadura campeã
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Foto: Carlo Fumagalli/AP
Dentro de campo, a alegria da primeira Copa do Mundo.Fora das quatro linhas, milhares de desaparecidos, presos e torturados pela ditadura militar vigente
A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, país que atravessava na época um período de regime ditatorial militar personificada na figura do General Jorge Videla.
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O uso do evento para fins políticos é praticamente um consenso entre analistas e especialistas. Enquanto o mundo se admirava com o espetáculo de craques como Kempes e Neeskens nos campos de jogo, o regime argentino reprimia os dissidentes políticos e violava direitos fundamentais. A ditadura militar argentina é notória pelos milhares de desaparecidos, presos e torturados.
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Para a realização da Copa, foram realizadas obras de infraestrutura que buscavam transmitir à comunidade internacional um ideal de estabilidade e prosperidade.
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As cidades argentinas de Buenos Aires, Córdoba, Rosário, Mendoza e Mar del Plata foram as sedes escolhidas, para a realização das competições.
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A seleção Argentina de futebol sagrou-se campeã pela primeira vez em sua historia, jogando em suas próprias terras. O resultado serviu também a propósitos domésticos, uma vez que inspirou, alegrou e apaziguou grandes parcelas da população argentina.
2002: enterrando o passado
Coreia e Japão tiveram um passado conturbado, marcado por abusos e violências. A Copa do Mundo de 2002 co-sediada pelos dois países serviu, também, ao propósito de apaziguar e reaproximar os dois povos.
Saiba mais sobre essa história assistindo o vídeo abaixo:

2018: o esporte como alívio geopolítico
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Foto: Matthias Schrader/AP
Estátua de Lenin se sobrepões sobre um cartaz da Copa de 2018. A FIFA e o governo russo prometeram que política e esporte não se misturaruiam.
Quatro anos antes de protagonizar uma invasão militar na sua vizinha Ucrânia, a Rússia sediou a vigésima 21º da Copa do Mundo de Futebol, megaevento assistido e comentado por bilhões de espectadores.
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Visando desassociar sua imagem de aspectos negativos, como perseguição política e repressão a minorias, a Rússia realizou investimentos grandiosos a fim de promover um espetáculo agradável aos olhos do mundo.
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O campeonato durou de 14 de junho a 15 de julho e teve como grande campeã a França. Valores como a hospitalidade russa foram celebrados, e a capacidade organizacional do país não passou batida.
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Na época a Rússia sofria com sanções internacionais devido à sua atuação na Ucrânia, anexação da Crimeia e campanhas militares na Síria. A Copa do Mundo era portanto também uma oportunidade de demonstrar à comunidade internacional uma face aberta a diálogos e negociações. A constante atmosfera positiva e festiva, atrelada a inúmeras visitas de chefes de governo e estado proporcionaram um terreno fértil para a Diplomacia.
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O governo de Vladimir Putin também viabilizou e organizou os jogos olímpicos de inverno no ano de 2014. As competições ocorreram na cidade de Sochi, às margens do Mar Negro, e também serviram ao propósito de aliviar tensões geopolíticas.
2022: morte e perseguição no deserto
Recentemente assistimos Lionel Messi levantar o troféu de campeão do mundo com a seleção argentina. Saiba, no entanto que a Copa do Mundo de 2022 no Catar não foi marcada apenas por celebrações.
Assista o vídeo abaixo e entenda mais sobre as denúncias envolvendo mortes no trabalho e repressões políticas catarianas.

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Foto: Getty Images